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sexta-feira, 4 de setembro de 2020 - Brasília

 Tem sido dias difíceis. Em meus 22 anos nunca enfrentei algo tão horrível quanto o que estou lutando contra agora, mas nem sei se estou lutando de verdade. Tudo é pesado: comer é pesado, dormir é pesado, conversar é pesado; tudo me fadiga, e me inutiliza. Sinto-me um peso, todos ao meu redor me carregam tipo uma carga obrigatória, e eu sou uma pessoa difícil de se viver ao lado, difícil de amar, e esse é o motivo pelo qual ninguém permanece na minha vida. Nos meus pensamentos, as pessoas vivem pra sempre, e eu revivo cada lembrança como se fosse uma coisa preciosa que eu preciso guardar. E eu preciso, porque todos foram embora, e só sobrou isso, restamos eu e minha memórias quebradas. Dou muito trabalho e muito desgaste, eles se cansam de mim, e jamais vou tirar-lhes a razão, se até eu gostaria de me fugir às vezes, minha companhia deve ser um porre, difícil de engolir.  Sou um ser humano horrível, o pior que já pisou neste mundo, ou nesse universo. Sempre que estou mal, as pessoa me

Brasília, 14 de setembro de 2020

 Eu fico pensando até as três da manhã, remoendo e mastigando meu passando e meu presente, passando cenas na minha cabeça, e não sou capaz de dormir. Às oito horas já é outro dia - hoje vai ser melhor - é minha promessa há algum tempo, e continuo dia após dia enganando a mim mesma. Ao anoitecer eu repito pra mim que amanhã será melhor, e espero os dias passarem. Me concentro em sobreviver, um dia por vez, sem nenhuma visão do que pode ser o meu futuro ou o que me aguarda na semana que vem, sem nenhum propósito a não ser o de ficar viva, aguentar mais uma semana até que eu tenha que aguentar mais outra semana.  Despejo palavras em todos, numa tentativa frustrada de fazê-los entender como é ser eu, como é sentir-se como me sinto, mas a verdade é que, por mais que minhas palavras pareçam bonitas e às vezes emocionantes, não há quem compreenda a profundidade da água em que mergulhei, e nela eu estou afundando lentamente. Imploro por ajuda, mas não há quem possa escutar meus gritos abafados